O bicho viveu há 90 milhões de anos, na Ilha do Cajual, no Maranhão. De acordo com pesquisadores, é uma espécie muito parecida com outras já descritas na África.
Pesquisadores brasileiros apresentaram o fóssil do maior dinossauro carnívoro que habitou parte do nosso território. O bicho viveu há 90 milhões de anos, na Ilha do Cajual, no Maranhão. Foram apresentados vestígios da cabeça e da dentição. Estima-se que o dinossauro pesava de 5 a 7 toneladas e que tinha 12 metros de comprimento. Segundo os pesquisadores, é uma espécie muito parecida com outras já descritas na África.
Espinossaurídeo Oxalaia quilombensis
Cientistas brasileiros da Universidade Federal do Rio de Janeiro, (UFRJ), anunciaram ontem, [16/03], no lançamento da publicação
Anais da Academia Brasileira de Ciências, a descoberta de um dinossauro gigante, a que se deu o nome de
Espinossaurídeo Oxalaia quilombensis. Este é o maior dinossauro carnívoro já encontrado no Brasil. Viveu no nordeste brasileiro, mais especificamente, no Ilha de Cajual (MA), onde foi encontrado.
O
Oxalaia quilombensis – cujo nome homenageia Oxalá, divindade masculina mais respeitada na religião africana e também os quilombos, povoações que construídas por escravos fugidos que existiam na ilha — media de 12 a 14 metros de comprimento, pesava entre 5 e 7 toneladas e viveu há cerca de 95 milhões de anos.
Essa descoberta foi a estrela da apresentação, onde os pesquisadores do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro mostraram que ao encontrarem os vestígios do pré-maxilar, com sete dentes, e da narina do dinossauro, constataram que o réptil tinha mais semelhanças com outros dinossauros encontrados na costa da África do que com os descobertos até hoje em terras brasileiras, tais como os répteis da Bacia do Araripe. Verificaram também que o
Oxalaia quilombensis, quando comparado a dinossauros da mesma espécie, mas encontrados na costa africana, tem dimensões significativamente maiores do que seus pares da África. A familiaridade entre esse dinossauro e os encontrados na África nos lembra que há 115 milhões de anos as terras da América do Sul e da África ainda eram unidas, permitindo a livre migração de um lado ao outro de fauna e de flora (atrvés de sementes), pois o Oceano Atlântico ainda não separava os dois modernos continentes.
Uma das características dos Espinossaurídeos
são dentes mais finos e mais fracos do que os encontrados em outros dinossauros carnívoros. Essas características levou cientistas a pensarem, por muito tempo, que esses dinossauros se alimentassem de peixes. Mas há pouco tempo foi descoberta uma mordida de um Espinossaurídeo na vértebra do pescoço de um pterossauro. Isso mudou tudo e hoje então sabemos que eles tinham uma dieta mais variada, pois podia se alimentar de répteis. Os Espinossaurídeos reinavam absolutos como maiores carnívoros do país. Fora eles, não há qualquer outra espécie que ostente mais de 8 metros de comprimento no Brasil.
Fonte: www.globo.com