/> Ecológica de Salto: 2010

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O que você sabe sobre Cactaceae?



Cactaceae é a família botânica representada pelos cactos, são aproximadamente 84 gêneros e 1.400 espécies nativas das Américas. São frequentemente usados como plantas ornamentais, mas alguns também na agricultura.
São plantas pouco usuais, adaptadas a ambientes extremamente quentes ou áridos, apresentando ampla variação anatômica e capacidade fisiológica de conservar água. Apresentam uma modificação caulinar chamada de Cladódio. Seus caules expandiram-se em estruturas suculentas verdes perenes contendo a clorofila necessária para vida e crescimento, enquanto suas folhas transformaram-se nos espinhos pelos quais os cactos são bem conhecidos. Algumas espécies confundem-se com a família Euphorbiaceae.
Os cactos existem em ampla variação de formatos e tamanhos. O mais alto é o Pachycereus pringlei, cuja altura máxima registrada foi 19,20 metros,[1] e o menor é Blossfeldia liliputiana, com apenas cerca de 1 cm de diâmetro [2]. As flores dos cactos são grandes, como os espinhos e ramos, brotam das areolas. Muitas espécies apresentam floração noturna já que são polinizadas por insetos ou pequenos animais noturnos, principalmente mariposas e morcegos. Os cactos variam de baixos e globulares a altos e colunares.

Cactos 
Opuntia bigelowii. Eng.
Animais e plantas são adaptados aos locais onde vivem pois, de outra maneira, não resistiriam. Os cientistas acreditam que por um processo chamado evolução, os seres vivos se diversificaram e, assim, puderam ocupar os mais diferentes ambientes. Alguns grupos de plantas se tornaram especialistas em viver nas regiões secas, entre os quais estão os cactos – plantas da Família das Cactáceas. Mesmo atravessando longos períodos sem chuvas, eles conseguem permanecer verdes e vigorosos. Suas formas são variadas, a maioria tem espinhos e alguns dão flores muito vistosas, atraindo insetos, pássaros e até morcegos! Quanto aos tamanhos, podem ser pequenos (com dois centímetros de altura, por exemplo) ou ter até dez metros de altura. 
  
Embora sejam adaptados à vida em áreas secas, no Brasil, podemos encontrar cactos em diversos tipos de ambientes. No Nordeste temos o mandacaru, uma espécie que simboliza a região. Ao longo do litoral, nas restingas, os cactos fazem parte da paisagem, já que resistem ao sol forte e ao calor excessivo das areias nos meses de verão. Há, também, os cactos chamados 'flores-de-maio', que são cactos ornamentais encontrados facilmente em floriculturas e que, na natureza, ocorrem em florestas que vão do estado de Santa Catarina até o estado do Espírito Santo. 
 
Já o 'coroa-de-frade' (Melocactus macrodiscus) ocorre do México até o Peru e, também, no Brasil. Seu nome foi inspirado no fato de apresentar uma estrutura rosada, formada por pequenas cerdas e minúsculos espinhos, no alto da planta, como se fosse uma coroa. De dentro dessa estrutura é que saem as flores. No Rio de Janeiro, o 'coroa-de-frade' quase não existe mais por causa da destruição dos ambientes onde ele costuma ocorrer, como as restingas. 

Nas Américas, os cactos podem ser encontrados desde o Canadá (norte da América do Norte) até a Patagônia (no extremo sul da América do Sul). Ao todo, são aproximadamente duas mil espécies, vivendo desde o nível do mar até em montanhas de 4.500 metros de altitude. Enfim, há cactos em lugares onde cai neve, como no Canadá e nos Andes, e sobre troncos de árvores de florestas, como na Mata Atlântica. 

É interessante destacar que os locais muito frios apresentam também clima seco e a água disponível na forma de gelo ou neve não está no estado que a planta necessita. Logo, nesses locais o cacto também precisa ser um especialista em driblar a sede para resistir. No caso das espécies de cactos que vivem nas florestas, vale a pena lembrar aquela velha história de que em toda regra há exceção. Isso quer dizer que, embora a família das Cactáceas seja melhor adaptada a ambientes áridos, existem espécies que não resistem à muita seca e por isso são mais adaptadas a ambientes florestais. Mas, no caso dos cactos que vivem no alto das árvores, existe também a exposição ao sol e ao vento, o que também torna o ambiente hostil. 

Os cactos são mais adaptados a ambientes muito secos, em geral, em solos formados por cascalho e areia, onde a água escoa muito rapidamente. Além disso, preferem ambientes abertos e com muita insolação, em regiões também de clima seco. 

Uma das adaptações do cacto para viver nesta situação é apresentar raízes superficiais, muito longas e ramificadas, permitindo o aproveitamento de uma grande área de solo que permanece úmida por pouco tempo quando chove. Há espécies que têm uma raiz principal muito grossa para acumular um bom volume de água e substâncias nutritivas. Muitas vezes, essas raízes são mais grossas que a parte aérea da planta. 

Os cactos podem ter forma globosa, que são os redondos; colunar, que são os compridos; ou achatadas, como as palmas - cujo nome científico é Opuntia - que costumam servir de alimento para o gado no Nordeste. Essas palmas em especial não têm espinhos, assim não machucam o gado ao serem mastigadas. Porém, os parentes selvagens dessa espécie apresentam muitos espinhos para se protegerem. 

E como se dá o acúmulo de água no corpo que faz a planta resistir a longos períodos de seca? A pele, ou cutícula, dos cactos é espessa e apresenta uma cera que ajuda a evitar a perda de água por transpiração. A planta tem também estômatos - estruturas semelhantes aos nossos poros -, que durante o dia, sob sol forte, permanecem fechados para evitar a perda da água na forma de vapor. 

Os espinhos são uma característica marcante dos cactos. Na verdade, eles representam folhas que se reduziram no processo de evolução dessa planta. Essa é uma outra maneira de reduzir a perda de água, porque sem as folhas eles evitam ainda mais a transpiração. Os espinhos também protegem o cacto contra predadores e podem, ainda, ser importantes na dispersão da plantas. Alguns animais podem ter partes de cactos, como as palmas, ou mesmo plantas inteiras aderidas a seus pêlos e, assim, transportá-las para outros locais, onde poderão brotar.


Como cultivar cactos
Pilosocereus palmieri (Rose)

EM VASOS

Os cactos necessitam de sol, ventilação e não suportam excesso de umidade. Isso é o básico para quem deseja cultivar cactos. A exceção fica por conta dos minicactos (aqueles que encontramos até em supermercados, em pequenos vasinhos) que, em geral, têm menos de três anos. Como ainda são bem jovens, os minicactos apresentam menor resistência à exposição direta dos raios solares. Neste caso, é melhor colocá-los em áreas claras e arejadas, mas longe da luz solar direta.

Água

Este é talvez o fator mais importante para o sucesso no cultivo de cactos. A quantidade de água necessária para a manutenção destas plantas depende de outros fatores (terra, drenagem, temperatura, etc.), sendo difícil determinar uma periodicidade exata para as regas. Mas, dá para chegar numa média, de acordo com os períodos do ano. No verão, as espécies com mais de três anos devem ser regadas a cada 5 ou 6 dias; já os minicactos a cada 4 dias. No inverno, os cactos mais velhos devem receber água a cada 12 dias e os jovens a cada 8 dias. Toda a terra ao redor deverá ser molhada, mas não encharcada. Deixe que a água seja absorvida antes de colocar mais água.

Terra e fertilizante

A mistura de terra indicada para o cultivo de cactos pode ser obtida misturando partes iguais de areia e de uma boa terra para plantas caseiras. Para fertilizar, recomenda-se, uma vez por mês, substituir a água da rega por um fertilizante líquido básico para plantas verdes diluído na proporção indicada pelo fabricante.

Replantio

Uma questão que sempre se levanta é o replantio dos cactos: geralmente, o cacto deve ser replantado quando o vaso estiver pequeno demais para a planta, lembrando que a mistura de terra do novo vaso deve conter terra vegetal e areia (dessas usadas em construção), para garantir a boa drenagem. Além disso, para retirar o cacto do antigo vaso é preciso muito cuidado, pois os espinhos podem machucar. Uma boa dica é usar folhas de jornal dobradas várias vezes, em forma de tira, para envolver o cacto e desprender suas raízes com a outra mão (basta torcer levemente o vaso), sem forçar muito, para não quebrar a planta. Depois de solto, é só encaixar o cacto no novo recipiente. Com uma ferramenta de jardinagem pequena, pressione a terra do vaso, para firmar bem a planta.

EM JARDINS

O plantio de cactos em jardins pede outros cuidados. O principal deles é escolher o local adequado para evitar acúmulo de umidade. Não se deve escolher um local baixo ou em desnível, para evitar que a água das chuvas forme poças ou fique parada. Como já foi explicado, a água em excesso causa o apodrecimento dos cactos e pode até matá-los. O ideal é escolher um local mais alto ou até fazer um morrinho, amontoando terra e apoiando com pedras. O aspecto visual fica bem interessante.
Prepare as covas: para espécies que chegam a mais de dois metros de altura, faça covas com cerca de 40 centímetros de profundidade; para espécies menores (as mais comuns) faça covas rasas, com cerca de 15 centímetros. Coloque no fundo das covas, uma camada de pedrinhas (tipo brita) e, por cima, coloque a mistura de terra (pode-se usar a terra retirada do buraco, misturada à areia de construção e terra vegetal, tudo em partes iguais).
Plante os cactos usando a dica de segurá-los com a faixa de jornal. Em volta dele, por cima da terra, espalhe outra camada de pedrinhas, para auxiliar na drenagem. Para fertilizar cactos de jardim, siga a mesma periodicidade indicada para os cactos de vasos.
É importante lembrar que para conseguir um bonito efeito com cactos em jardins é necessário saber escolher bem as espécies, que devem ter a resistência necessária à exposição direta aos raios solares, à chuva e ao vento constante. Uma boa idéia é consultar um produtor ou especialista na hora da compra, para ter certeza de escolher os tipos de cactos adequados ao seu jardim.



SIGNIFICADO DOS CACTOS

Segundo o Feng Shui os cactos são considerados Guardiões, por
serem purificadores de ambientes e, de acordo com os especialistas desta
técnica milenar, os cactos agem como uma barreira para os raios gama
emitidos por computadores e aparelhos de TV.
Uma única planta é capaz de purificar o ar de uma sala de 9 m2
poluição, gerada por verniz, tintas, colas, fibras sintéticas e fumaça de
cigarro. Um estudo recente, conduzido pelo cientista americano Bill
Wolverton, da Nasa, comprovou que os poluentes são absorvidos por
bactérias que vivem nas raízes e folhas das plantas como jibóia, comigoninguém-
pode, espada-de-são-jorge.
Os cactos respiram pelo caule, pois é neles que se localizam os
estômatos. A maioria dos cactos não tem folhas somente espinhos. Embora
os espinhos sejam considerados folhas modificadas (se transformaram para
se adaptar às necessidades da planta).
Os cactos, por viverem em regiões áridas e isoladas, ajudam as
pessoas a conhecer a sua força interna em momentos de solidão. Pelo fato
de os cactos armazenarem água (elemento que simboliza sentimentos e
emoções) o mesmo favorece aqueles que se defendem muito das próprias
emoções.
Ter cactos por perto é um lembrete de vitalidade, persistência e
integração com tudo o que esta a nossa volta.
Os cactos precisam de sol, ventilação e pouquíssima umidade. A
exceção fica por conta dos mini-cactos (aqueles que encontramos até em
supermercados em pequenos vasinhos) que, em geral tem menos de três
anos. Como são bem jovens, os mini-cactos apresentam uma resistência
menor a exposição ao sol. Assim sendo, é melhor colocá-los em áreas
arejadas e devem tomar luz indireta (como pelos vitrais das janelas).
 
CURIOSIDADES SOBRE OS CACTOS
  • A origem do nome: o termo 'cactos' foi usado há cerca de 300 anos antes de Cristo pelo grego Teofrastus. Em seu trabalho chamado Historia Plantarum, ele associa o nome cacto à plantas com fortes espinhos. Embora os cactos possam ter formas diversas, ainda hoje associamos a idéia de que são plantas com muitos espinhos.
  • Nem todas as plantas que mantêm água dentro da sua estrutura são cactos. Essa característica também é comum às plantas suculentas. A diferença é que os cactos têm apenas caule e espinhos e as suculentos também têm folhas e nem sempre espinhos.
  • Todos os cactos florescem, porém algumas espécies só dão flores após os 80 anos de idade ou atingir altura superior a dois metros. Depois da primeira floração, todo ano, na mesma época, as flores voltam a aparecer.
  • Algumas espécies dão frutos comestíveis. É o caso do cacto mexicano Opuntia Ficus-indica, que produz o conhecido figo-da-índia.
  • Cactos podem viver até 200 anos e alcançar 20 metros de altura (como o Cornegia gigantea, originário dos EUA e México). Mas também existem espécies minúsculas. A menor conhecida é o Blosfeldia liliputana, dos Andes bolivianos, com apenas 0,5 centímetros de diâmetro.
  • Apesar de 92% de sua estrutura ser composta por água, a presença do cacto indica sempre um solo pobre e seco.
  • No mundo, existem mais de duas mil espécies de cactos catalogadas. Só no Brasil, são mais de 300 tipos.
  • Os cactos reproduzem-se tanto por sementes quanto por estacas.
Fontes de pesquisa: Rev. Ciência Hoje e Suplementos Agrícola e Feminino do Estadão (www.estadao.com.br)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Seleção dos eventos mais sustentáveis realizados em 2010

Secretaria das Relações Exteriores na Vila da Mudança Climática durante a COP16, em Cancún/Foto: COP16

O ano de 2010 contou com alguns eventos em prol da sustentabilidade. Alguns mais ligados às organizações privadas, outros que estimularam a mobilização social por meio de fóruns e espetáculos, e ainda aqueles que tiveram a participação de representantes de instituições governamentais e não governamentais de todo o mundo. Para que você fique por dentro dos eventos realizados em 2010, o EcoD preparou uma seleção.
 

Sustenta2010
 
Como o crescimento econômico pode andar lado a lado com a sustentabilidade nas grandes cidades? O Seminário de Sustentabilidade no Ambiente Urbano, o chamado Sustenta 2010, reuniu 45 entidades para debater questões relacionadas ao tema.
Entre minicursos, palestras e exposições de cases expostos nos quatro dias do evento (de 24 a 27 de agosto), profissionais de empresas, universidades, ONGs e órgãos públicos demonstraram seu conhecimento sobre cidades sustentáveis, prédios verdes, recursos hídricos, resíduos sólidos, energia e qualidade ambiental.
 

Cúpula das Nações Unidas para os ODM
 
A Cúpula das Nações Unidas sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), realizada entre os dias 20 e 23 de setembro, originou um plano de ação global para alcançar as oito metas até o ano de 2015. O documento final, intitulado Cumprindo a promessa: Unidos para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelece uma agenda de medidas concretas para que os países alcancem compromissos (http://www.objetivosdomilenio.org.br/) como saúde para mulheres e crianças, educação básica de qualidade para todos e qualidade de vida e respeito ao meio ambiente.
 

Simpósio Internacional sobre Sustentabilidade
 
Grandes empresas também precisam realizar grandes práticas sustentáveis, seja como ações de marketing social ou campanhas para a preservação de matérias-primas utilizadas em seus produtos. Foi para desenvolver e discutir o trabalho social nas organizações que foi realizado o Simpósio Internacional sobre Sustentabilidade, dos dias 13 e 15 de setembro.
O evento contou com a prensença de representantes de organizações como Petrobras, Braskem, Walmart Brasil, Natura, Odebrecht, e também do então ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o presidente mundial da norma internacional ISO 26000, Jorge Cajazeira.
 

Unomarketing
 
O Seminário Unomarketing foi realizado pela segunda vez em 30 de setembro de 2010. O objetivo principal dessa edição foi ampliar a consciência socioambiental dos profissionais de comunicação e marketing. Para isso, foram discutidos assuntos como responsabilidade social e ética, definição de valores para a comunicação e o conceito de sustentabilidade aplicado sob uma ótica empresarial.
 

Eleições 2010
 
Os preparativos para o maior evento da democracia brasileira começaram bem antes de outubro. Durante o ano de 2010 algumas campanhas foram realizadas para chamar atenção dos cidadãos sobre a importância de uma escolha consciente, como a Lei da Ficha Limpa que foi aprovada para aplicação no mesmo ano da eleição.
Mas todo o trabalho organizado não deve parar por aí, algumas organizações ainda disponibilizam sites com informações sobre os políticos brasileiros eleitos. Fique por dentro do que acontece na política nacional e seja um cidadão consciente.
 

SWU
O movimento Starts With You (Começa com Você, em inglês) realizado em uma fazenda em Itu, São Paulo, culminou em um festival de música e arte que durou três dias (de 9 a 11 de outubro). O grande público jovem pode participar de debates e discussões nos fóruns sobre sustentabilidade realizados no evento, além de conferir shows de atrações musicais nacionais e internacionais.
Mesmo com tanta diversão, a preparação para o festival foi uma das partes mais interessantes do movimento. Quatro meses antes, a organização realizou mobilização em redes sociais, TV, rádio, flash mobs, concursos culturais e ações de guerrilha, tudo isso para promover um mundo mais sustentável.
 

TEDx Amazônia
 
O TEDx Amazônia reuniu mais de 400 pessoas de diversos lugares do mundo em um auditório flutuante a 1 hora de distância de Manaus. As 50 palestrantes que participaram do evento tinham apenas um interesse, mostrar que o ser humano é tão importante quanto um coral marinho.
Realizado entre os dias 7 e 8 de novembro, o ciclo de apresentações de 5 a 15 minutos foi composto por poetas, físicos, educadores, modelos, ativistas, sociólogos e outros profissionais interessados em mostrar a sua visão de sustentabilidade e contribuir com um mundo melhor.
 

COP10 da Biodiversidade
 
A 10ª Conferência das Partes da convenção sobre Diversidade Biológica (COP10) deu origem a um Plano Estratégico composto por 20 objetivos para deter o ritmo alarmante de desaparecimento das espécies terrestres e aquáticas.
Apesar de não agradar a todos os interesses dos participantes com a mesma intensidade, foram aprovados diretrizes importantes para a manutenção da biodiversidade na Terra, como o Protocolo de Acesso e Repartição e a mobilização de recursos financeiros.
A COP10 para Biodiversidade foi realizada em Nagoya, no Japão, de 18 a 29 de novembro.
 

COP16
 
Um dos maiores eventos sustentáveis do ano foi a 16ª Conferência das Partes realizada entre os dias 29 de novembro e 10 de dezembro em Cancún, no México. Mesmo com o objetivo de discutir negociações para o futuro do Protocolo de Kyoto, único documento que estabelece metas para a mitigação do aquecimento global, a COP16 teve um início desacreditado, devido às poucas contribuições que COP15 propiciou em 2009.
 

Ao final das negociações veio a surpresa, a reunião em Cancún originou o “Acordo de Cancún”, com aprovação do Fundo Verde e a extensão do Protocolo de Kyoto para além de 2012

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Casa sustentável em forma de ovo


Com pouco dinheiro reservado para pagar os altos preços dos aluguéis na capital chinesa de Pequim e um recente curso de arquitetura concluído, Daí Haifei (24) seguiu o velho lema punk “faça você mesmo” e deu origem a sua casa própria: pequena, em formato de ovo, e ambientalmente sustentável
Com dois metros de altura, o obrigo comporta cama de solteiro e tanque de água, sendo que a energia elétrica usada na invenção é oriunda de painéis solares instalados no teto do móvel (isto mesmo, a casa feita com sacos, madeira e bambu possui rodas que facilitam sua locomoção), que é composto ainda com sementes de grama que na medida em que germinam e crescem ao redor das paredes viram isolantes térmicos.
A casa-ovo surgiu a partir da Bienal de Shangai 2010, quando Haifei acumulou bagagem sobre o conceito de casas sustentáveis. O arquiteto, que investiu em torno de R$ 1.600 no projeto, morou na invenção por alguns meses e, segundo jornalistas locais, só abandonou a moradia por conta do grande burburinho provocado pela mídia.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Maranhão: olhe para o céu!


No dia 21 de dezembro ocorrerá um eclipse lunar, que terá início às 2:00 hs e término às 5:00 hs. 

O evento Maranhão: olhe para o céu!IV será realizado nas Praças Maria Aragão e Gonçalves Dias, no dia 20 de dezembro a partir das 22:00 hs e tem como tema central a observação do eclipse. No dia 21 de dezembro ocorrerá um eclipse lunar, que terá início às 2:00 hs e término às 5:00 hs. O encontro faz parte das atividades de divulgação científica de alguns grupos que trabalham com Física e Astronomia no Maranhão, como o Programa de Educação Tutorial da Física, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência da Física, o Laboratório de Divulgação Científica “Ilha da Ciência” da Física, todos ligados à Universidade Federal do Maranhão, além do Grupo de Estudos Astronômicos, da Universidade Estadual do Maranhão, e da Sociedade Astronômica Maranhense de Amadores. Em sua IV edição, esse acontecimento procura divulgar a Física e a Astronomia para o público em geral, explicando, em linguagem acessível, os fenômenos envolvidos e propiciando a observação do céu em telescópios para o público em geral.

Enquanto esperamos o eclipse, teremos um show de rock a partir das 22:00 hs, com a participação dos grupos: Veltem, Ventura, Cover do Barão vermelho, Miritiua Rock Band, Alice e amigos, Lotus e Braille. Esse show marcará o encerramento do Curso sobre a “História Social do Rock”, realizado na UFMA pelo Grupo de Pesquisa e Extensão “A Contracultura dos anos de 1960 aos dias atuais”. Esse show é importante tanto para divulgar as atividades desenvolvidas durante o curso, como para mostrar para a comunidade o trabalho desses jovens comprometidos com causas sociais.

Além dessas atividades, teremos uma campanha de recolhimento de pilhas e baterias e a distribuição de mudas de plantas.

Revisão de texto: Késia Andrade
Lugar: ASCOM/UFMA
Fonte: ASCOM
Notícia alterada em: 20/12/2010 15h49

Seu cafezinho é ecoamigável?


Depende de como ele é plantado

Plantações de café levantam preocupações com deflorestamento, degradação do solo, uso de pesticidas e qualidade da água. Mas a planta nem sempre foi perigosa para o ambiente. Antigamente o caƒé era sensível ao sol, e plantado sob a sombra dos dosséis das florestas, onde requeria menos pesticidas, menos água e se misturava ao habitat. Mas o aumento de sua demanda levou a métodos de cultura mais eficientes, e aí o ambiente começou a ficar ameaçado.

O uso de fertilizantes aumenta a produção de café, mas só quando ele é plantado em pleno sol. Ele foi adaptado para isso, e os dosséis que antes proviam sombra foram removidos. Isto levou ao deflorestamento rápido de nações produtoras, grande parte delas nas regiões de florestas tropicais. As plantações a sol aberto têm impacto devastador sobre o ecossistema local. E nestas plantações, há 90% menos espécies de pássaros que naquelas feitas na sombra.

Além do deflorestamento, a produção de café levou à degradação do solo e danos ambientais criados por pesticidas e fertilizantes. As plantações em sol aberto requerem quantidades enormes de substâncias químicas. Na Colômbia, por exemplo, o setor usa cerca de 400 mil toneladas de fertilizantes por ano - e eles também têm efeitos daninhos sobre os agricultores que os usam.

Uma das formas menos ecoamigáveis de plantação de café envolve a limpeza de todas as plantas nas áreas de seu plantio, por vezes com herbicidas tóxicos. Depois de o solo ficar completamente degradado, a plantação é mudada de lugar. Esta migração cria terras arrasadas, com a perda da vida selvagem.

Como ajudar? Compre cafê orgânico, que é um pouco mais caro - é mais barato destruir florestas e plantar sob o sol, com o uso de substâncias químicas. Ou compre café plantado na sombra, que também é mais saudável, diz o Practical Environmentalist.

Foto: Heudes Regis

Flor-cadáver floresce em jardim botânico de MG

Postado em 20/12/2010 ás 09h30

Os visitantes do jardim botânico do Instituto Inhotim, na cidade de Brumadinho (MG), puderam presenciar um evento inédito na América Latina: o desabrochar da Amorphophallus titanum, conhecida como flor-cadáver.
A espécie recebe esse nome por ser considerada uma das flores mais fedorentas do mundo. O odor horrível exalado pela flor já foi comparado a uma mistura de açúcar queimado com peixe podre. O fenômeno, iniciado no último sábado (18), acontece somente uma vez a cada dez anos e dura apenas três dias, por isso a sua importância é tão grande.

A flor-cadáver é tida como “a maior flor do muno”, no entanto o que ela produz é na verdade uma inflorescência, ou seja, um conjunto de flores em uma estrutura compacta. Mesmo assim, é impressionante saber que uma estrutura desse tipo pode alcançar mais de três metros de altura e pesar até 75 kg. Outra curiosidade sobre a planta é que ela possui um grande caule subterrâneo e produz apenas uma folha a cada dois anos.

A flor-cadáver foi catalogada pela primeira vez por Odoardo Beccari, em 1878, que encontrou a espécie na Ilha da Sumatra, na Indonésia. A flor que desabrochou em Minas Gerais é a primeira da América Latina a alcançar esse estágio. As sementes que deram origem à flor gigante no Brasil vieram do Jardim Botânico Marie Selby, na Flórida.

Assista o vídeo:

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1396397-7823-FLORCADAVER+E+SENSACAO+EM+MUSEU+DE+BELO+HORIZONTE,00.html

Bicicleta de bambu é destaque em premiação internacional


Bicicletas feitas de bambu e máquinas de lavar roupas que não usam energia elétrica, nem água, foram destaques no Prêmio Seed, promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Ambas as invenções foram destaque entre outras 30 ideias sustentáveis provenientes de diversos lugares em todo o mundo. As bicicletas de bambu foram feitas em Gana, país situado na região oeste do continente africano. Os pontos analisados como os mais positivos da iniciativa é o fato de as bicicletas serem feitas a partir do reaproveitamento de uma das matérias-primas mais abundantes do país e do mundo, e ser um meio de transporte acessível às pessoas de baixa renda, fatores que as tornam totalmente sustentável.

A máquina de lavar, chamada de “IziWasha” também é uma solução africana. A máquina possui um mecanismo que a possibilita trabalhar sem a necessidade de água encanada ou energia elétrica.  A criação também é ideal para suprir algumas das necessidades das pessoas de baixa renda que habitam a África do Sul.

A premiação ofereceu US$ 5 mil aos vencedores, além de um pacote com diversas outras ajudas, como assessoria para desenvolvimento e melhoria do plano de negócios, oficina de empreendedorismo local e divulgação de ações no cenário regional, nacional e internacional.

 Além das duas propostas já citadas, o continente africano teve destaque com as ideias quenianas, de substituição dos lampiões movidos a querosene por lâmpadas solares e o projeto de mudança dos tradicionais postes de madeira por outros fabricados com plástico reciclado.

Entre os americanos somente uma sugestão teve destaque, um projeto colombiano de redução do desmatamento, através do investimento em produtos não-madeireiros.

Confira o vídeo da bike feita de bambu:


A ARTE E A FILOSOFIA DO BONSAI


A Arte e a Filosofia do Bonsai é criação única e exclusiva da Natureza. Antes dos primeiros observadores humanos, a Natureza vem recheando nossos caminhos de belíssimas árvores miniaturizadas.

No Extremo Oriente, por razões filosóficas e religiosas, há maior contemplação do Mundo que nos cerca e maior meditação sobre os fenômenos naturais, por menores que sejam. Logicamente, teriam que ser monges budistas os primeiros a transportar para a habilidade humana,
essa Arte tão fascinante.


 Parece-nos irrelevante, neste contexto, discutir quem primeiro fez esta transposição. Chineses e Japoneses devem ter chegado quase juntos na apreciação e execução da Arte. Embora raramente mencionados, os Coreanos também são precursores nesta transposição. Ao nosso ver, os Japoneses merecem o nosso reconhecimento por terem aberto ao mundo ocidental as técnicas da Arte (...).


Ou seja, fizeram com que enxergássemos aquilo que diariamente não vemos,
embora exemplares existam em abundância. (...)

Pela sistematização da Arte do Bonsai por povos orientais, ela traz consigo conotações das filosofias religiosas praticadas, há muito tempos, naquelas regiões.


Assim, surge, por exemplo, o conceito "Bonsai-do" A palavra do (pronuncia-se dô), em japonês e chinês significa direção, caminho, trajeto, como primeira acepção. A palavra é associada, ainda, a karate-do, ju-do, Aiki-do.Assim "Bonsai-do" significaria, ao pé da letra, direção, trajeto do Bonsai. Mas sua interpretação é mais profunda. Significa caminho para o interior do "EU", pela Arte do Bonsai, ou seja, circunspecção através da concentração mental ao se trabalhar um Bonsai.




O Bonsai é, na realidade, a única Arte com quatro dimensões, comprimento, largura, altura e a própria Vida. Alguns colocam o Tempo como a quarta dimensão, uma vez que os Bonsais variam com ele. Todavia, o conceito de Tempo apenas tem significado quando há Vida. No livro "A vida secreta das plantas", de Peter Tompkins e Christopher Bird, experiências científicas mostram que as plantas reagem muito bem na presença de pessoas que normalmente cuidam delas e falam com elas, e muito mal com as que as maltratam, ou abusam delas sem razão de ser. Diz o livro que plantas, não lenhosas e, portanto flexíveis, chegam a direcionar seus ramos para as pessoas consideradas boas e a afastá-los das ruins. Tenho exemplares, que eu podo, utilizando práticas naturais (mas que, no sentido estrito da palavra, corto), que me propiciam beleza, flores e frutos, há mais de trinta anos.

(...) podemos dizer que "Bonsai-do" é uma terapia mental que praticamos através da Arte.

Durante muito tempo, a Arte do Bonsai era praticada pelos Samurais, para amenizar o lado guerreiro, feroz, do seu ofício. Hoje, no Japão, o currículo dos policiais inclui alguma prática de Jardinagem, também por esse motivo. A concentração exigida pelo trabalho consciente com um Bonsai afasta, por um tempo, suas preocupações com outros problemas, que, muitas das vezes, se resolverão naturalmente com o seu trabalho e seu cuidado, sem angústia, porém. Inúmeras vezes, ao final de uma sessão de trabalho com Bonsais, afloraram à minha mente soluções para outros problemas, geradas pelo meu Subconsciente, enquanto o Consciente estava ocupado.



A Arte do Bonsai, como a Arte da Marcenaria (novamente as árvores), que exigem concentração no que vai ser feito, medição repetida do que pretendemos fazer e o uso das mãos conjugadas a um planejamento cerebral, pode se constituir uma alternativa de terapia ocupacional.

Se cortarmos errada uma táboa de madeira, ou indevidamente um galho do seu Bonsai, somente através de artifícios grosseiros poderemos reaproveitá-los.

Outro termo ligado à Arte do Bonsai é "Chizen ou Shizen". Significa harmonioso, natural.
As artes orientais transmitem harmonia, naturalidade.



O Bonsai e o Ike-bana são exemplos. A primeira trata de vegetais vivos, com raízes, a segunda de partes cortadas de vegetais, sem raízes. Ambas devem transmitir a sensação de harmonia, de equilíbrio e de naturalidade com o seu ambiente.(...)

Para tratarmos nossas arvoretas visando tal harmonia, temos que estar harmônicos conosco. Antes de iniciar algum trabalho de Bonsai, procure a tranqüilidade, respire pausadamente e afaste outros pensamentos. Concentre-se no que vai fazer.

A busca da harmonia interna é outro aspecto de terapia desta Arte Milenar.
Lembre-se de que algo vivo precisa e depende do seus cuidados e do seu carinho.

É comum, no Japão, dizer-se que um Bonsai é iniciado por alguém, cujo filho continuará o treinamento, para ser apreciado pelo neto. Se conseguirmos que nossos filhos e netos amem essa Arte e sejam hábeis no seu treinamento e apreciação, estaremos sempre perpetuados na memória deles. Seremos imortais, à medida que nossos Bonsais sejam apreciados ou cuidados por terceiros, com a lembrança de quem o iniciou.
Façamos o máximo, para que tais lembranças sejam boas.

Em resumo, o respeito pela Vida, a paciência em esperar que seus Bonsais respondam aos seus cuidados, a concentração quando for cuidar de cada um deles, a busca da harmonia interna através do contato com Bonsais, trarão a você, sem dúvida, melhores condições de paz interior, consigo mesmo e com seus semelhantes.

Entendemos que profissionais devidamente habilitados para tal fim, podem e devem sistematizar um programa de terapia ocupacional com o auxílio da Arte do Bonsai,
para a recuperação de pacientes.

Os conceitos de Vida, Harmonia, Equilíbrio, Beleza e Naturalidade formam a essência de um trabalho desse tipo.

Escrito por: Administrator
Por: Fabian Kussakawa do Miagui Bonsaii
http://www.kazaviva.com/principal/artigos-interessantes/61-a-arte-e-a-filosofia-do-bonsai


WikiLeaks: Dalai Lama afirma que meio ambiente é mais urgente que a crise política



Segundo o documento, o Lama acredita que os tibetanos pode esperar alguns anos, a natureza não / Foto: kris krüg


Um documento publicado no site WikiLeaks e divulgados na última sexta-feira, 17 de dezembro, pelo jornal britânico The Guardian, revela que o Dalai Lama afirmou a diplomatas norte-americanos que a comunidade internacional deveria focar nas mudanças climáticas, em vez de nos problemas políticos do Tibet.

Na declaração feita em 2009, o líder espiritual diz que os problemas ambientais são mais urgentes.
O budista falou ao embaixador americano na Índia, Timothy Roemer, que “agenda política deveria ficar à margem por cinco ou dez anos e a comunidade internacional deveria mudar seu foco para a mudança climática no planalto tibetano”.

“A fusão das geleiras, o desmatamento e o aumento dos casos de água contaminada pelas mineradoras são problemas que não podem esperar. No entanto, os tibetanos podem aguardar cinco ou dez anos por uma solução política”, diz a mensagem diplomática.

Apesar de já ter levantado a bandeira ambiental diversas vezes, Dalai Lama nunca havia sugerido que as questões políticas poderiam ficar em segundo lugar, nem falou de qualquer escala de tempo com tanta precisão.

Ainda de acordo com o The Guardian, durante o encontro com o embaixador americano, o Lama criticou a política energética da China ao lembrar que a construção de uma represa no Tibete deslocou milhares de pessoas e deixou templos e mosteiros embaixo d’água.

Ao final do encontro, o monge ainda fez um apelo a Roemer, afirmando que o Tibet é uma nação que está morrendo, e que precisa da ajuda dos Estados Unidos. [EcoD]

sábado, 18 de dezembro de 2010

Feiura (depende dos olhos de quem vê...)

AS CRIATURAS DE DEUS...CADA UM COM A SUA BELEZA.

Publicado em 17/12/2010

Concurso promovido por universidade norte-americana decide qual é o inseto mais feio do mundo.
Você concorda?

O inseto assassino, da ordem os percevejos, foi escolhido como o mais feio do mundo por um concurso nos Estados Unidos (foto: Therry The).
Depois de ver as imagens desses insetos e larvas produzidas a partir de microscópios eletrônicos de varredura (MEV), fica difícil pensar em criaturas mais horrendas. Os olhos esbugalhados, os pelos e as presas saltadas não fariam feio – com o perdão do trocadilho – em nenhum filme de terror.
Mesmo com tantas opções de feiura artrópode pelo mundo, um concurso promovido por pesquisadores da Universidade Northern Arizona tentou bater o martelo e decidir, afinal, qual o inseto mais feio que habita o planeta Terra.

O ganhador – com 30% dos votos – foi o inseto assassino (uma espécie de percevejo da família Reduviidae), considerado por nós da redação um cara até bem simpático, perto de alguns outros. O inseto assassino mede entre cinco e 37 milímetros e injeta saliva tóxica nas suas presas, para digeri-las enquanto suga seus nutrientes.

A pesquisadora florestal Marilee Seller, idealizadora do concurso, lançou-o pela primeira vez em 1997. De lá para cá, o número de votos aumentou vertiginosamente: este ano, mais de 36 mil pessoas votaram, quase o quádruplo do ano passado. O investimento em mídias sociais – como a criação de perfis no Facebook para cada inseto – alavancou a popularidade do concurso.


Já a redação da CH escolheu a larva de mosca varejeira como uma das criaturas mais feias da Terra (foto: Eye of Science / SPL / Barcroft Media) .

Fizemos um concurso semelhante aqui na redação da CH. O vencedor não foi nenhum dos participantes do concurso norte-americano – achamos esses até bonitinhos.
 Foi a imagem da larva de mosca varejeira (Protophormia sp.), publicada pelo jornal inglês Telegraph (acima) junto com outros artrópodes menos nojentos, que fez todos nós revirarmos o rosto de nojo.

 

Assista ao vídeo do ganhador do concurso promovido pela Universidade Northern Arizone sobre o inseto assassino, considerado por 36 mil pessoas ‘o mais feio do mundo’ (em inglês).

 

Sem amor...eu nada seria!!


I Coríntios, 13

1.Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver AMOR, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
2.Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver AMOR, não sou nada.
3.Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver AMOR, de nada valeria!
4.O AMOR é paciente, O AMOR é bondoso. Não tem inveja. O AMOR não é orgulhoso. Não é arrogante.
5.Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor.
6.Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.
7.Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8.O AMOR jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará.
9.A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita.
10.Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá.
11.Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança.
12.Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido.
13.Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade (O AMOR) - as três. Porém, a maior delas é a caridade (O AMOR).

Bíblia Ave Maria - Todos os direitos reservados.

Táxi ecológico é movido a energia solar e cinética


Diogo Max - 15/12/2010 - Exame.com

O designer Hazman Malik projetou um tipo de táxi, que, ao contrário da maioria dos carros conceitos atuais, não é elétrico. O veículo utiliza energia solar e cinética para se locomover e não emite gás carbônico. 

O “Green Cab”, como foi batizado, foi desenhado para ser simples e atender as demandas dos turistas que visitam um determinado local. O carro possui teto solar e muito espaço livre, para permitir que o visitante aprecie a paisagem. 

O compartimento traseiro do “Green Cab” dispõe de um espaço para armazenamento da bateria, que pode aumentar o desempenho do veículo. De acordo com o site Eco Friend, que divulgou o projeto, o designer não forneceu as especificações técnicas do carro.

1º. ônibus a hidrogênio da América Latina entra em circulação

Sucena Shkrada Resk - 17/12/201 - Planeta Sustentável

Começou a circular hoje, no estado de São Paulo, o primeiro ônibus movido totalmente a hidrogênio, que fez o percurso de 10 km, entre os terminais Jabaquara e Diadema.

A ideia é expandir esse tipo de alternativa de combustível com energia limpa, na frota de ônibus da cidade. Em 2012, está prevista a circulação de mais três veículos.
O projeto é resultado de uma parceria entre o Ministério de Minas e Energia, a EMTU - Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos e o GEF - Fundo Global para o Meio Ambiente, com apoio do PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

DIGA NÃO AOS RODEIOS, VAQUEJADA E PUXADA DE CAVALOS.


E mais, é preciso AGIR para que isso não se repita! VAMOS DAR UM BASTA A ESSES EVENTOS QUE NADA TÊM DE CULTURAL!
O Poder Público não se posiciona nem toma qualquer atitude para proibir estes absurdos.


UMA ARENA COMO A DOS RODEIOS PODERIA APRESENTAR ATRAÇÕES ESPORTIVAS DE VERDADE, VÁRIOS GRANDES ATLETAS DO BRASIL QUE SÃO VERDADEIROS ATLETAS, ESTÃO SEM PATROCÍNIO OU INCENTIVO ALGUM. A FESTA NÃO PERDERIA SEU BRILHO, NÃO DEIXARIA DE GERAR EMPREGOS E AS CRIANÇAS PRESENTES APRENDERIAM ALGO MAIS DIGNIFICANTE. NO ENTANTO ESTE ESPAÇO É PREENCHIDO POR UMA PLATÉIA DE SÁDICOS E SANGUINÁRIOS CUJO “ESPORTE” (!?!) É LAÇAR BEZERRINHOS INDEFESOS, INSTALAR SEDÉM NOS MACHOS, ENFIAR CACOS DE VIDRO E CIGARROS ACESOS NO ÂNUS DOS TOUROS, E OUTRAS PRÁTICAS NAZISTAS…PARA QUE AO ABRIREM OS PORTÕES DA LIBERDADE ESSES ANIMAIS, ESCRAVOS, AINDA SE SUBMETAM A MAIS HUMILHAÇÕES DIANTE DE UM COLISEU IGNORANTE.


“OS DEFENSORES DO RODEIO SÓ TÊM O DINHEIRO COMO ARGUMENTO. NÓS TEMOS EMBASAMENTO JURÍDICO, HUMANO E O APOIO DA MAIOR PARTE DA POPULAÇÃO” .”O ANIMAL NÃO PODE SER TRANSFORMADO EM FANTOCHE SÓ POR UM CAPRICHO HUMANO. PERUÍBE ESTÁ NA CONTRAMÃO DA TENDÊNCIA MUNDIAL DE COMBATER ESSES TIPOS DE EVENTO” .

1. COMO DISSE RITA LEE EM 2002, CONCORDO PLENAMENTE COM ELA,
“NÃO SOU UMA ET, MAS FICO INDIGNADA SEMPRE QUE OS TERRÁQUEOS DESRESPEITAM OS OUTROS TRÊS REINOS DO PLANETA: O MINERAL, O VEGETAL E O ANIMAL. A TAL DA IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS CONFERIDA À RAÇA HUMANA É UMA PIADA”.
 SÓ PODE SER PESSOA DOENTE QUE FREQÜENTA ESSES EVENTOS, QUE TEM QUE ALIMENTAR O SEU PRAZER MÓRBIDO DE SUBJUGAR A VIDA EM FUNÇÃO DO SEU SADISMO.


 ABAIXO A DITADURA DO SOFRIMENTO ANIMAL! ABAIXO A TORTURA!
EM LUTO PERMANENTE PELOS ANIMAIS QUE SOFREM NAS MÃOS DO HOMEM SÁDICO E RUDE.

Matadouros: No Inferno, todos vestem roupas brancas, artigo de Denise Terra

 Publicado em julho 21, 2010
Ainda não amanheceu, estamos diante da chuva e do frio do inverno gaúcho à espera do ônibus que irá nos guiar até um dos maiores matadouros do RS. Somos estudantes de medicina veterinária, cursando uma disciplina obrigatória de inspeção de produtos de origem animal. A maioria de nós encontra-se eufórica, à espera dos ‘momentos emocionantes’ do dia. Eu estou em um canto, sendo observada de perto pela professora e o coordenador do curso, que ao saberem que sou vegana e ativista, temem que eu tenha um colapso na linha de matança.

Entramos no ônibus e seguimos viagem. No caminho, a sensação de que as cenas que eu teria que presenciar não seriam diferentes daquelas filmadas clandestinamente em matadouros ao redor do mundo, e ao mesmo tempo o sentimento inequívoco de que estaria prestes a presenciar uma série de crimes considerados ‘necessários’ pela humanidade.

Chegamos! Ao abrir a porta do ônibus, já somos tomados pelo impregnante odor adocicado da matança das aves que ocorre dentro do estabelecimento. Adentramos o local, após termos vestido roupas brancas especiais, e começamos a visita no sentido contrário ao fluxo produtivo para evitar contaminações no produto final. Trata-se de um corredor estreito, com o pé direito baixo, quase um túnel, que desemboca em uma luz amarela intensa, para repelir insetos. Nossa guia, então, abre a porta e entramos na parte final da produção. Um sistema complexo de esteiras e ganchos, chamados nórias, passam por nossas cabeças, e neles estão fixadas pelas patas as carcaças de frango, que pingam incessantemente uma gordura fétida acrescida da água hiperclorada utilizada em sua higienização.

Sob as esteiras estão os funcionários que trabalham em pé, diante de uma bancada, na maioria mulheres, que nos olham com curiosidade e espanto. A expressão em seus rostos é de uma tristeza marcante, mesclada pelo cansaço físico dos movimentos repetitivos que têm que executar diariamente. O barulho do local é ensurdecedor e, conforme andamos, o cheiro forte torna- se cada vez mais desagradável. Em cada bancada, os funcionários devem desempenhar uma função, chamadas de linhas de inspeção, que são classificadas por letras do alfabeto. Em cada letra ocorre a retirada padronizada de determinados órgãos. Um grupo de mulheres, muitas sem luvas, trabalham retirando com as mãos, com uma destreza impressionante, a vesícula biliar das carcaças em processo de evisceração. Mais adiante, outra funcionária dedica-se a ‘pescar’ com uma barra de metal as carcaças que caem no chão, para destiná-las à graxaria, onde serão transformadas em produtos não-comestíveis. Durante a passagem das nórias podemos observar que cada uma apresenta uma marcação com uma cor, o que serve para fazer a contagem final dos frangos por produtor e repassar o lucro referente ao dia.


 Uma máquina especial remove toda a carne restante presa nos ossos, que farão parte da liga que irá compor os caros e adorados nuggets. Estamos agora diante dos chillers, equipamentos responsáveis pelo aquecimento seguido de um resfriamento rápido das carcaças, com a finalidade de eliminar contaminantes biológicos da carne. Os chillers nada mais são do que grandes piscinas vermelhas de sangue com partículas de gordura que ficam boiando na superfície, onde os frangos ficam embebidos.

Olho para o chão e tudo o que vejo é sangue e uma quantidade absurda de água que parece verter de todos os lados para a limpeza das carcaças – estima-se que para a limpeza de cada carcaça de frango se gaste em média 35 litros de água! Desvio o olhar para cima e vejo carcaças sangrentas passando por minha cabeça, pois estamos nos aproximando do início do processo, quando começam a surgir aves com cabeças e penas, que são retiradas em uma máquina específica, o que deixa o chão lotado de penas brancas.

Nossa guia nos avisa que estamos chegando à linha de matança. Há uma diminuição abrupta da luz, onde funcionários trabalham quase no escuro. Os índices de depressão dos funcionários que exercem essa função são extremamente elevados, devido à insalubridade. Trata-se do início do processo de insensibilização. A luz é reduzida com a finalidade de reduzir a atividade e o estresse dos animais, que são extremamente sensíveis a este estímulo. A esteira segue com as aves penduradas na nória pela pata, de cabeça para baixo e agora passam por um túnel, onde sofrem eletronarcose – isto é, são molhadas e eletrocutadas, de modo que isso as atordoe, mas sem causar a morte. As galinhas seguem estáticas pela esteira, onde logo encontram uma serra, que fica presa a uma espécie de roda, e têm suas gargantas cortadas. Nossa guia nos explica que dependendo do tamanho das aves a altura da lâmina deve ser ajustada, para reduzir a margem de erros no corte mecanizado.

Na sequência, algumas galinhas encontram-se com o pescoço intacto, enquanto outras, mesmo com a traquéia perfurada, começam a se mexer, visivelmente conscientes. Um funcionário tem então como tarefa cortar o máximo de pescoços de galinhas que falharam na serra automática, mas a esteira passa em uma velocidade assustadora, são muitas aves que devem morrer hoje para atender à demanda do mercado, cada vez mais voraz por carne de frango. Não há tempo para cortar o pescoço de todas as intactas, nem de abreviar o sofrimento daquelas que se debatem. As aves seguem para serem escaldadas em água fervendo.
Fomos levados ao local do recebimento das cargas. Vemos caixas e caixas com mais aves do que espaço interno, em algumas há mais de dez animais. São tantas que muitas estão fora das caixas, respiram ofegantes, com o bico aberto pelo estresse e pelo medo. Elas estão há dez horas em jejum, sendo permitido o abate somente até doze horas após o início do jejum. O trabalho segue em ritmo frenético. Uma colega encontra uma galinha solta e a pega, colocando-a, de forma orgulhosa, em outra caixa que segue na esteira rumo à serra automática, emitindo um comentário de que estava feliz por ter conseguido pegá-la. Descemos as escadas e nos deparamos com o caminhão que as trouxe. Somos instruídos a não passar muito perto, pois poderíamos ser bicados pelas aves apinhadas dentro das caixas. Nos afastamos um pouco e, em poucos momentos, vemos aves soltas em cima do caminhão. Elas tentam voar mas não conseguem, e muitas acabam caindo direto no chão. Um funcionário aparece com um gancho e as junta pelas patas, como se fosse inços em meio a grama. Violentamente, ele junta o máximo de aves que pode pegar com cada mão. As aves estão penduradas apenas por uma das patas. Então, alguém lembra que ele poderia ser mais delicado e pensar no ‘bemestar’ animal, afinal, deste modo, os frangos podem apresentar lesões graves como rupturas e fraturas, o que compromete o retorno financeiro pela carcaça.


Somos encaminhados para uma espécie de área de descanso dos funcionários, onde esperamos pelo veterinário responsável pelo setor de suínos para nos acompanhar na visita deste setor. Neste momento uma funcionária, escorada por mais duas colegas, passa em estado de choque por nós. Ela estava sangrando muito na mão. Acabou de sofrer um acidente de trabalho. Ela chora muito, a lesão parece grave. Uma colega nossa se manifesta rindo, dizendo que não vai comer o frango que ela estava eviscerando na hora que se machucou! Muitos acham graça e riem. Mais à frente vejo uma placa dizendo ‘Estamos a ZERO dias sem acidentes de trabalho’ e, logo abaixo, ‘Recorde sem acidentes:83 dias’.

No setor de suínos, passamos pelo mesmo ritual de antissepsia e adentramos outro corredor estreito com luzes amarelas. Meu nariz ainda está impregnado com o cheiro da morte das galinhas e meus ouvidos ainda não se acostumaram ao barulho estridente das máquinas, que são fortemente audíveis mesmo com o uso de protetores auriculares. Uma porta se abre, e atrás do veterinário estão centenas de carcaças de porcos mortos pendurados pela pata traseira, passando pela esteira. O tamanho do animal impressiona. O veterinário nos conta que ali são abatidos 2350 suínos por dia! Os funcionários agora são em sua grande maioria homens, muitos aparentemente se orgulham de sua função, e riem enquanto serram o abdômen do animal e retiram as vísceras. Neste setor a esteira anda mais lentamente, devido ao tamanho do animal e a menor quantidade de animais que estão sendo abatidos, quando comparado ao setor de aves. Há sangue por tudo.

Para caminhar, temos que desviar das carcaças de 100 kg penduradas sobre nossas cabeças. Os funcionários realizam seu trabalho em etapas específicas da produção, uns arrancam a cabeça, enquanto outros em outra parte da sala removem os órgãos internos e outros ainda são responsáveis pela identificação de qual cabeça pertence a que corpo, através de um sistema de numeração para posterior inspeção de possíveis lesões que possam causar danos à saúde pública. Mais à frente vemos uma impressionante sequência de dezenas de porcos abatidos subindo de uma andar ao outro pelo sistema de esteiras. Somos convidados a ir até o andar de baixo onde ocorre a sangria. Para chegarmos lá temos que descer uma escada helicoidal estreita e escorregadia, devido à presença de gordura suína sob nossas botas. No meio desta escada existe uma espécie de calha por onde passam os animais mortos, ainda cheios de sangue. Nossa roupa está tapada de respingos de sangue.

De repente a temperatura do ambiente muda e começamos a sentir um calor e um barulho atípicos do lugar. Olho então para frente e vejo a cena de uma carcaça pendurada por uma pata passar por uma espécie de jogo automatizado de chamas. Durante os poucos segundos que dura o processo, podemos ver as carcaças envoltas de uma labareda azul, e sentimos um forte cheiro de pêlo queimado. As labaredas são utilizadas para eliminar os resquícios de cerdas após a remoção dos pêlos, previamente removidos por um sistema de borrachas. Chegamos finalmente na sangria. Os gritos estrondosos dos animais deveriam fazer qualquer um perceber que não é possível existir bem-estar diante da banalização da morte. Ao invés disso, muitos riem cada vez que um suíno é grosseiramente empurrado por um funcionário, munido de uma vara capaz de disparar choques de baixa intensidade, em direção a uma espécie de escorregador totalmente fechado dos quatro lados. No fim do escorregador está um funcionário de aparência assustadora com uma barra com uma espécie de ‘U’ na ponta. O ‘U’ é encaixado na cabeça do animal e suas pontas ficam em contato com a região temporal do crânio, onde um choque de grande intensidade é disparado. O animal cai como uma pedra, gerando um barulho característico de seu corpo desabando sobre a esteira metálica. Muitos apresentam contrações involuntárias nas patas, e parecem estar dando coices. Com uma destreza impressionante o funcionário seguinte corta a garganta do animal. Através do orifício na traquéia jorram litros de sangue. O veterinário nos explica que neste momento o animal ainda não está morto, mas que “conforme as boas práticas de bem-estar animal, estes devem morrer dentro de no máximo seis minutos”, após ocorrer a total eliminação do sangue pelo bombeamento cardíaco. Na verdade, o real motivo para que não se aceite a morte do animal em tempo superior a este, é evitar que a carcaça fique PSE – ‘pale, soft, exsudative’, ‘pálida, friável, exsudativa’, pois este tipo de produto não apresenta a qualidade necessária exigida pelo mercado, e consequentemente há perda nos lucros.

Somos levados até os currais onde podemos ver os suínos vivos serem empurrados para o escorregador. Eles estão em pânico, uns sobem sobre os outros, enquanto nos olham fixamente nos olhos com a real expressão do horror. Os gritos tornam-se cada vez mais altos e o funcionário os empurra com o bastão de choques. Mais atrás está outro funcionário com uma espécie de relho feito de sacos plásticos, e o desfere contra o lombo dos animais para estes andarem na direção da matança. O veterinário nos explica que o relho é feito deste material para não machucar os animais. Isto constituiria crueldade, algo condenável pelo ‘bem-estar animal’, valor muito importante dentro da empresa, e que poderia acarretar em lesões cutâneas, afetando negativamente o valor da carcaça.

Por fim, podemos ver os currais de chegada, onde os caminhões descarregam diariamente os animais para o abate. É neste local que deve ser feita a inspeção ante-mortem pelo veterinário da inspetoria. De acordo com os preceitos da humanização da morte, todos aqueles animais que chegam com fraturas na pata e que não conseguem mais se locomover adequadamente devem ser removidos em separado e enviados para a matança imediata, isto é, devem ter o direito de ‘furar a fila’ a fim de que o seu sofrimento seja abreviado. O veterinário, com muito orgulho, faz questão de dizer que “o processo precisa ser feito”! E que já que é necessário, “é preciso fazê-lo com dignidade e respeito pelos animais”; Ele ainda afirma que na indústria é possível assegurar que estes animais não passam por sofrimento, e que o seu fim é muito menos cruel do que seria se fossem predados por um leão na natureza!

Neste momento, é difícil conter o riso diante da tortuosidade do raciocínio exposto. Em local algum do mundo teríamos mais de 2000 suínos sendo predados em cadeia por leões vorazes, sistematicamente, todos os dias. Ao que consta, leões não têm a capacidade de raciocínio semelhante a um humano. Eles não podem fazer escolhas, simplesmente porque não têm como refletir sobre as consequências dos próprios atos. Leões não planejam estrategicamente como irão matar suas presas a fim de terem lucro com isso, e tampouco consideram normal a condição de degradação de outros seres de sua própria espécie em prol da satisfação do luxo de outros poucos. Apenas o ser humano é capaz de ter estratégias para a exploração máxima de todos aqueles capazes de sofrer sem de fato considerar isso. Hoje, muito se fala sobre bem-estar animal, porém trata-se apenas de um modo mais refinado de justificar injustificáveis fins.

O bem-estar animal agrada a muitos, pois consegue suavizar o sofrimento e a culpa daqueles que sustentam a indústria da morte, e ajudam a aumentar os lucros através de medidas que teoricamente são adotadas para beneficiar os animais, mas que são norteadas pelo aumento da produtividade e qualidade do produto final. O limite do ‘bem-estar animal’ vai até onde o marketing e o lucro podem vislumbrar. É inacreditável que, para a grande maioria, ingenuamente, esse ainda seja visto como o caminho para o fim do sofrimento. O sofrimento animal apenas poderá ser reduzido quando criarmos coragem para defender o direito dos animais, através da abolição do consumo de seus corpos para a satisfação fugaz de nossos desejos egoístas.
* Denise Terra é formanda em Medicina Veterinária

Artigo enviado por Márcio e originalmente publicado no blog do grupo Vanguarda Abolicionista
EcoDebate, 21/07/2010